Este artigo é uma mera reflexão desta que escreve este artigo, qualquer coincidência de fatos é mera coincidência senhores!
Quando existe algum projeto polêmico para ser votado pela câmara municipal não faltam as mais sugestivas e exóticas opiniões dos ditos populares. Dependendo da votação a massa inflama, as críticas cognominam os vereadores de ‘pau -mandados” a FDPs. Quando o conteúdo do referido projeto diz respeito a algo que impõe um dever a mais ao cidadão, como a taxação da energia elétrica pública, quase sempre existe uma unanimidade popular contra os “nobres colegas” que votaram a favor. Mas se o projeto tem uma índole circense de um valor aproximado de R$1 milhão para a realização de um rodeio/marcha/show, então as opiniões se dividem , algumas surgem em forma de indignação pois o município encontra-se em lastimável estado de precariedade por conta dos seus serviços de atendimentos básicos para o cidadão, enquanto outras fontes opinativas são alentadas por simplórios (ou engajados com o sistema) cidadãos que justificam “mas o povo quer”, ou “o povo precisa de lazer”.
A irresponsável frase “o povo quer / precisa de lazer” deturpa tudo o que significa a ciência política, esta que determina ser ela própria a responsável pelo que o povo realmente precisa. Aliás, o homem público, na teoria, quando chega ao poder a sua função é gerir o que o povo precisa, de fato. O povo, apesar de ser o elemento central das decisões políticas, precisa primeiramente ter saúde pública decente, responsável, honesta, presente e atuante. O povo precisa de educação de ótima qualidade, precisa de bons professores e que estes sejam bem pagos, de transporte escolar compatível com as necessidades e que o mesmo não seja mais um ingrediente para a prática de falcatruas, de propinas, e que tenha linhas realmente necessárias e não linhas fantasmas. O povo precisa de cultura; imagine que com R$ 1 mi (e talvez um pouco mais) daria para ser construído um espaço cultural de bom nível e assim resolver uma lacuna existente ; precisa ter contato com a arte que lhe conceda boa bagagem cultural, lembrando que o correto , para uma prefeitura na festa do aniversário da cidade por exemplo, seria promover apresentações de uma orquestra sinfônica de qualidade, por exemplo, algo como uma Virada Cultural de Qualidade, Eventos Esportivos (algo tão esquecido) de várias categorias ; cultura que apresenta shows com cantores e bandas de gêneros musicais classificados, peças de teatro, mostras cinematográficas, de artes plásticas, danças, etc., pois isso tudo é que irá elevar o cidadão para o nível culto, mesmo porque quando se fala que o povo tem o direito ao lazer, e este proporcionado pelo poder público, o tal direito tem de primar por aquilo que esteja envolto pelo manto da cultura, e não pelo enxovalhamento do popularesco tão difundido pelos medíocres programas de auditório da televisão ou outros meios de comunicão.
O lazer apenas pelo lazer é coisa de iniciativa privada !
Por outro lado, por que deve ser oferecido ao povo aquilo que ele precisa e não simplesmente aquilo que o povo quer? O povo quer saúde, educação, cultura, Sim; disto ele realmente precisa. Mas ao povo o poder público deve oferecer aquilo que o tornará um cidadão de bem, não o pejorativamente “esperto” como alguns gabam ser. O povo precisa ser educado e atender a uma lei natural que o obriga a ser responsável, honesto, cumpridor de seus deveres. Neste atendimento ao povo deixaremos de ver o cidadão que na hora de enfrentar o trabalho vive apresentando suspeitos atestados médicos, enquanto que para as baladas não lhes faltam disposição e energia; deixaremos de ver o cidadão que exagera no som de seu carro como se ele fosse o dono da rua; deixaremos de ver malandros buscando uma vaguinha no serviço público , de assessores sabe-se lá do que, quando é visível seus interesses em apenas sugar ilicitamente o dinheiro público; deixaremos de ver pessoas vendendo votos assim como deixaremos de ver políticos aventureiros com discurso moldado pelo dinheiro oferecido para a compra do voto; deixaremos de ver truculentos funcionários públicos maltratando a população, algo vigente principalmente no setor da saúde; deixaremos de ver médicos mercenários e desinteressados em atender bem os pacientes que procuram a saúde pública.
Enfim, o povo (aquele que vota só pensando em festa do peão, carnaval ou marcha) precisa ter sangue na veia e, expressando abertamente, precisa ter vergonha na cara e lutar por tudo aquilo que lhe vai propiciar um bom futuro na vida, algo que só se consegue se ele tiver boa saúde, se ele for educado, se ele for portador de cultura, de moradia digna, e de uma cidade que lhe ofereça trabalho sério, oportunidade de empreender e não apenas cabide de emprego; saber exigir projetos de melhorias ambientais para que não sofra com a calamidade ambiental/climática como temos visto constantemente.
O povo precisa do bem estar social. É importante destacar também que é preciso cultivar a chamada consciência política em todos os cidadãos, não só nos dias de eleição, nem na época da campanha eleitoral. A medida em que o povo for adquirindo essa consciência política, nosso regime democrático com certeza será consolidado.
Os traços fundamentais que definirão o papel do cidadão, na opinião desta cidadã que escreve este simples artigo:
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Não faz sentido que um cidadão esteja sempre a queixar-se ou a reivindicar permanentemente benefícios para si a serem pagos ou disponibilizados por outros.
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A aposta do cidadão deve ser na sua valorização de forma a ter mais oportunidades e a não depender materialmente de ninguém em particular.
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